Volkswagen considera fechamento de fábricas na Alemanha
Ela acompanha outros fabricantes europeus, pressionados pelo aumento dos custos
A crise se instalou na Volkswagen em sua própria casa. A transição de combustão para eletricidade cobrou seu alto preço e agora a montadora germânica busca cortar € 5 bilhões para compensar.
O fabricante considera fechar duas fábricas na Alemanha como medida para conter os custos e ainda quer retirar a estabilidade de 110 mil empregados no país.
Fontes locais disseram que o plano seria de fechar “pelo menos uma grande fábrica de veículos e uma fábrica de componentes na Alemanha”. A revelação foi feita pela VW ao conselho de trabalhadores da montadora.
Com dificuldades para conciliar o alto custo dos carros elétricos, que possuem margens menores, a VW teve que colocar o pé no freio de seu processo de eletrificação para não aumentar o prejuízo.
Ela acompanha outros fabricantes europeus, pressionados pelo aumento dos custos, em especial por conta da Guerra da Ucrânia, assim como da entrada em grandes volumes de carros elétricos chineses, mais competitivos.
A Ford já teve que cancelar dois projetos de carros elétricos e voltará à combustão por meio da hibridização, enquanto a Renault diz que está aberta a parceira para reduzir custos e evitar o pior.
Com a desaceleração nas vendas de carros elétricos, as marcas ocidentais enfrentam enormes dificuldades após gastarem o que não tinham para promover seus carros elétricos, tantos nos EUA quanto na Europa.
Oliver Blume, o presidente-executivo do grupo Volkswagen, disse ao jornal inglês The Guardian: “A indústria automotiva europeia está em uma situação muito exigente e séria. O ambiente econômico se tornou ainda mais difícil, e novos concorrentes estão entrando no mercado europeu”.
Blume reforçou: “Além disso, a Alemanha em particular como local de fabricação está ficando para trás em termos de competitividade. Neste ambiente, nós, como empresa, agora precisamos agir decisivamente.”
Antes da Alemanha, a VW considerava fechar a fábrica da Audi na Bélgica, o que seria o primeiro encerramento de planta do grupo na Europa em 40 anos.